Viagem à Lisboa

Minha vinda à Lisboa começou um pouco estressante pois meu visto de estudante não ficou pronto para o início das aulas. Nesse meio tempo, fiquei sabendo que eu poderia entrar como turista em Portugal e pegar o visto de estudos na Espanha, assim que ficasse pronto. Porém, eu teria que explicar a situação e depender da compreensão dos fiscais portugueses para entrar como turista, pois minha passagem de volta estava marcada para além do período permitido para turistas. Mas, depois de ver que vários alunos que estavam na mesma situação conseguiram entrar sem problemas, resolvi partir mesmo assim.

Os companheiros para a viagem foram alguns colegas da UFSC que também receberam a bolsa e estavam indo até Porto, em Portugal, de onde partiriam para as cidades onde iriam estudar: Ellen, Oscar e Ricardo. Além deles, estávamos em companhia do Alisson, amigo do Oscar, Eduardo, que vai estudar junto com o Ricardo e da Camila, que conheci no dia anterior à viagem quando fui comprar Euros no Banco do Brasil. Ela estava indo fazer mestrado em Barcelona e acompanhou a gente até Madrid. Os outros, após Madrid, pegariam o vôo para Porto, sendo que apenas eu iria para Lisboa.

Minha seqüencia de vôos foi a seguinte: Florianópolis->Rio de Janeiro->Madrid->Lisboa.

No Aeroporto Hercílio Luz em Florianópolis, tudo correu tranqüilamente. Nos reunimos e partimos para o Rio de Janeiro. Entre Florianópolis e Rio de Janeiro o vôo durou aproximadamente 1h30.

No Aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro, esperamos 7 horas pelo próximo vôo. Como estávamos em uma turma, ficávamos revezando quem cuidaria as malas para que os outros pudessem lanchar e dar umas voltas. Aproveitei a dica do pessoal e comprei uma doleira para guardar dinheiro e os documentos durante a viagem. Como a turma estava empolgada, as 7 horas passaram rápido e assim pegamos o vôo para o Aeroporto Madrid-Barajas.

O vôo foi através da empresa espanhola Iberia Airlines, por isso achei curioso que apesar de partir do Rio de Janeiro, todas as instruções a atendimentos eram feitos em espanhol, além de inglês. No avião, cada poltrona possuía uma televisão, tendo canais de filmes e um sistema de som com músicas para todos os gostos. Durante o vôo foram servidos jantar e café da manhã. Também, recebemos umas fichas para fazer a entrada na Espanha, onde preenchemos com o vôo de origem e vôo de partida.

Chegando no aeroporto em Madrid, pegamos um "metro" que nos levou de uma ala à outra, já que o aeroporto é imenso. Nessa outra ala, passamos pelo setor de imigração, onde entregamos a ficha preenchida no avião e recebemos um carimbo no passaporte. Detalhe importante: não deve-se levar líquidos ou cremes na bagagem de mão, pois eles ficarão retidos, como aconteceu com um creme da Ellen e com o vinho do Alisson.

Neste aeroporto me separei do grupo, pois eles seguiriam para Porto e eu pegaria outro vôo para Lisboa. Houve alguns imprevistos e meu vôo acabou atrasando 2 horas. Então fiquei passeando pelo aeroporto até o horário de embarque.

Chegando em Lisboa, peguei minhas bagagens e fui andando em direção à saída esperando encontrar o setor de imigração. Porém, quando notei já estava no saguão do aeroporto e ninguém havia carimbado meu passaporte como turista! Fiquei assustado e pedi informação à um guarda. Ele me disse que como eu vim da Espanha eu não precisaria visto de turista aqui em Portugal, pois já possuía o visto da Espanha, que era o carimbo que recebi no aeroporto em Madrid. Achei estranho, pois na Espanha não apresentei nada além do passaporte e então para tirar a dúvida fui ao SEF - Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, que fica ao lado do aeroporto. Lá me confirmaram a informação do guarda: eu estava com visto de turista pela Espanha. Resolvido esse problema, deixei as malas no guarda-volumes pois precisava agora resolver as questões da moradia.

O pessoal do IST (universidade onde vim estudar) já havia me enviado o endereço e os ônibus que eu deveria pegar para me deslocar ao Serviço de Acção Social onde encaminharia os papéis para a moradia. Então peguei um autocarro (ônibus) chamado Aerobus e depois o elétrico 15E para chegar lá. Achei muito interessante o Aerobus, pois ele possui um sistema GPS e uma televisão que indica o caminho atual, a próxima parada e os hotéis próximos à parada, muito útil pra quem está chegando e não conhece a cidade.

Cheguei no Acção Social em torno das 17 horas, já estava quase fechando e, por ser tarde, os responsáveis para me recepcionar na residência onde eu iria me hospedar já haviam saído. Então, o pessoal do Acção Social conseguiu contatar uma outra residência onde eu passaria o final de semana. Por pouco consegui encontrar a tesouraria aberta e fazer o pagamento da moradia... Quase fico sem onde passar a noite e o final de semana, pois era uma sexta feira e nada estaria aberto no dia seguinte. Mas tudo se resolveu e eles me explicaram como chegar à moradia.

Chegando lá, conheci o João, um português com quem dividi quarto, que foi comigo buscar as malas que estavam no aeroporto. Enfim, eu havia chegado à Portugal!